Charles Ives foi um compositor cuja música era considerada de vanguarda em sua época. Dizem que o pai o ensinava que “você precisa aprender as regras primeiro, para que você saiba como quebrá-las”. Isso é especialmente verdade numa música como o jazz, em que se espera que você seja constantemente criativo. Seguir as regras o tempo todo resultaria numa música previsível e maçante. Não prestar nenhuma atenção às regras pode facilmente resultar em música que seja no final maçante em sua aleatoriedade.
Há muitas regras e convenções que foram apresentadas aqui. Entretanto, não há penalidades criminais por se desrespeitar nenhuma delas. Você deve experimentar tanto quanto possível para descobrir novas maneiras de fazer as coisas. As regras de harmonia apresentadas aqui formam uma diretriz, mas não algo rígido. Eu já sugeri que a maneira como você utiliza essas regras vai moldar como você soa. Como você foge das regras vai do mesmo modo definir o seu próprio estilo. Fazer experiências com as regras de harmonia, contudo, é somente o começo da individualidade. Procure outras maneiras, menos convencionais, de se expressar. Tente tocar as teclas do piano com o pulso. Tente soprar seu saxofone com toda a força. Tente remover o pino da primeira válvula de seu trompete. Há um número infinito de possibilidades do que você pode fazer com seu instrumento.
Além disso, amplie o universo do que você escuta, para incluir outros tipos de música, como clássica ou reggae, e veja se pode aprender com eles e aplicar esse aprendizado ao que quer que você toque. É extremamente limitante pensar que tudo que é música de jazz deva consistir de músicas com 32 compassos, linhas de baixo, padrões de suingue para o prato de condução, e formas tema-solos-tema. O mundo não caminha num compasso quatro por quatro.